sexta-feira, 11 de maio de 2012

«Mais um ano para a consolidação das contas públicas de forma a aliviar os exagerados sacrifícios que estão a ser pedidos quer às empresas quer às famílias»


O secretário-geral do PS defendeu hoje que são "perfeitamente conciliáveis" os objetivos de Portugal regressar aos mercados em setembro de 2013 e de o país ter mais um ano de prolongamento no processo de consolidação orçamental.

O secretário-geral do PS reafirmou que um ano mais de consolidação orçamental é compatível com o objetivo de Portugal regressar aos mercados em setembro de 2013.

"Nunca defendi que Portugal deveria alterar o prazo para regressar aos mercados. Esse prazo de setembro de 2013 pode ser perfeitamente conciliável com mais um ano para a consolidação das contas públicas", sustentou o líder do PS.

Neste contexto, António José Seguro classificou como "demagógica" a ideia do primeiro-ministro de que mais um ano de consolidação orçamental significa igualmente mais um ano de assistência financeira externa ao país e mais um ano de sacrifícios pedidos aos portugueses.

"Se [um ano mais de consolidação orçamental] corresponder a mais dinheiro, estamos sempre a falar de uma verba muito inferior àquela que vai ficar disponível por não utilização dos 12 mil milhões de euros destinados aos bancos. O que está aqui em causa é a credibilidade junto dos mercados e uma consolidação credível das contas públicas", advogou ainda António José Seguro.

O líder socialista justificou depois que defende mais um ano para a consolidação das contas públicas com o objetivo de "aliviar os exagerados sacrifícios que estão a ser pedidos quer às empresas quer às famílias".

"Como o défice é uma relação entre a despesa e a receita, o que está a falhar é que, só mexendo na despesa, tal tem também um efeito na receita. Havendo menos receita, haverá também mais despesa, designadamente na proteção social, por via do aumento do desemprego", afirmou Seguro.

O secretário-geral do PS advertiu que "uma consolidação orçamental muito rápida, uma política de austeridade pela austeridade, destrói o aparelho produtivo nacional.- Sem economia o país não cresce e, não crescendo, o número de desempregados também aumenta. Portugal já tem mais de 1,3 milhões de desempregados", realçou.

Em alternativa, Seguro propôs "uma consolidação orçamental credível, porque só assim Portugal também se torna mais credível junto dos mercados. Se Portugal tiver mais um ano de consolidação, tal ajudará a preservar a economia e o emprego do país".

Fonte: Site PS