Texto de António Vitorino, publicado em http://www.dn.pt
Este fim de semana começa a campanha eleitoral. Formalmente, entendamo-nos, porque a campanha já está na rua pelo menos desde que o PEC IV foi rejeitado no Parlamento.
Este tem sido o tempo dos programas eleitorais e das sondagens. Agora a campanha "vai para a estrada", numa demonstração de que, entre nós, os partidos políticos (todos eles), com a cumplicidade da comunicação social, continuam a fazer um tipo de campanha pensada para o seu impacto televisivo, que já não tem paralelo nas campanhas levadas a cabo pela esmagadora maioria nos demais países europeus. Ao menos a crise vai-nos poupar a exuberância dos outdoors.
Onde não vai haver grande poupança é nas sondagens. Com efeito, o número de sondagens levadas a cabo e a intensidade com que são divulgadas variam na razão inversa da monótona semelhança dos seus resultados. Dir-se-ia que desta feita não haverá, pelo menos nas sondagens, vencedores e vencidos: ou todas acertarão ou todas estarão erradas!
O mais significativo destas sondagens é a convergência no elevado número de respondentes que... se recusam a responder! Bem como a relevante percentagem de indecisos a escassas duas semanas do acto eleitoral. Estes dois factores tornam a vida dos responsáveis das sondagens ainda mais difícil.
Como é sabido, neste exercício de "adivinhação do futuro", como já lhe chamaram, o mais complexo é avaliar a abstenção previsível e o seu impacto nos resultados de cada partido concorrente. Mais ainda numa eleição em que a crise tem um efeito desmoralizador das expectativas e num momento em que se avolumam as derivas populistas contra a política e os políticos (do tipo "um milhão na rua pela demissão de toda a classe política").
sábado, 21 de maio de 2011
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