sexta-feira, 20 de maio de 2011

Debate - José Sócrates e Passos Coelho (RTP1 / 20.Maio)



Texto inserido de www.rtp.pt

Num debate onde foram apresentadas muito poucas propostas concretas sobre o futuro do país, a primeira metade do frente-a-frente entre os líderes do PS e do PSD foi caracterizada por uma autêntico braço de ferro em torno de quem comandava os temas a colocar à discussão. (veja aqui o debate na íntegra)

Sócrates começou por apresentar um relatório assinado por Passos Coelho enquanto administrador da Fomentinvest (de 2010, em relação à situação económica de 2009) em que este último assumiu a dimensão internacional da crise financeira portuguesa e, mais à frente, citou diversas posições do presidente do PSD sobre saúde, acusando-o de pretender "destruir" o Serviço Nacional de Saúde.

Passos Coelho, pelo contrário, procurou colocar a questão central do debate nos seis anos de Governo de José Sócrates, acusando o secretário-geral do PS de querer discutir as ideias do PSD para encobrir "a vacuidade" do programa do PS, de pretender fugir às suas responsabilidades enquanto primeiro-ministro, depois de deixar o país à beira "da bancarrota", com 700 mil desempregados, de ter cortado salários e prestações sociais.

"O senhor vai a votos como primeiro-ministro", mas é espantoso a dificuldade que tem em discutir as suas responsabilidades", disse Passos Coelho, ouvindo a seguinte resposta de Sócrates: "Sou responsável por todas as medidas difíceis, nunca virei a cara às dificuldades, mas o senhor é responsável pela abertura de uma crise política, que levou Portugal a pedir ajuda externa".

Sócrates acusa Passos de maledicência
O presidente do PSD criticou ainda a execução do Orçamento para 2011 dizendo que a redução da despesa está a ser feita pela metade, o que levou o primeiro-ministro e secretário-geral do PS a acusá-lo de maledicência.

"A execução orçamental que foi hoje divulgada e que, pelos vistos, gera a satisfação ao senhor engenheiro Sócrates, gera a maior preocupação para quem pode vir a ser Governo a partir de junho", porque a despesa primária "está a descer pela metade", disse o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, num debate com o secretário-geral do PS, na RTP.

Segundo Passos Coelho, "os objetivos fixados para este ano de 5,9 por
cento para o défice já não são atingíveis se o resultado da execução orçamental que foi hoje divulgada for projetado para o resto do ano", o que significa que "o engenheiro Sócrates não conseguiu deixar arrefecer o que assinou com a União Europeia e já não está a cumprir".

José Sócrates reagiu acusando Passos Coelho de "dizer mal de tudo, até das boas notícias", quando o Governo conseguiu reduzir "75 por cento o défice relativamente ao ano passado", e considerou que é tempo "de parar com a maledicência".