Após a aprovação, ontem, do Plano de Ajuda a Portugal, temos conhecimento que a primeira tranche do pacote pode chegar em cinco dias, ou seja, ainda neste mês de Maio.
É chegada a hora de debater, seriamente, medidas de retoma da economia, quer a nível local, quer a nível nacional.
A Inovação é uma realidade no país e todos os dias se revelam excelentes exemplos na área da Ciência. Somos competitivos em várias áreas.
Como conjugar então todas estas vantagens e conseguir superar, caminhando para o crescimento económico?
Teremos de sustentabilizar a economia.
Sustentabilizar a economia é defender uma mudança de estratégia e dos objectivos sociais, económicos e políticos, que obriga a rever as orientações económicas da estrutura produtiva do país, como relançar a indústria, a agricultura e a pesca, para além do conhecimento em sectores tradicionais da indústria rodo-ferro-marítima, e a tecnologia de ponta dos sectores inovadores da biotecnologia, da energia, bioquímica e nanotecnologia, entre outros.
Encontrar as plataformas produtivas através da integração da acção conjunta entre público e privado, com a administração central e local a trabalharem com empresas e universidades, em programas de inovação tecnológica e com aplicação prática no aumento da eficiência ambiental e energética, deve ser a prioridade para a criação de emprego qualificado.
Este programa permitirá desenvolver as cidades.
É tempo de acabar com o investimento em rodovia e reforçá-lo na ferrovia.
Diminuir o combustível fóssil, responsável por mais de 52% das importações, apostar no transporte público urbano, em redes de ligeira superfície, aproveitando ao máximo a infra-estrutura ferroviária existente e dar melhores condições de acesso aos milhões de deslocações diárias que se geram nas cidades.
É necessário criar emprego sustentado em projectos urbanos, de reabilitação urbana.
Tornar as cidades sustentáveis é aumentar a qualidade da acessibilidade e diminuir a dependência energética do combustível fóssil, fazendo também que o rendimento familiar aumente através da diminuição das despesas de transporte.
Os desafios das reformas que se colocam a toda a administração central e local, obriga a intervir conjugadamente nos vários ministérios e localmente nos vários sectores, clarificando os objectivos de sustentabilidade.
Impõe-se uma responsabilidade partilhada e a condução de políticas de proximidade que permitam diminuir as assimetrias regionais.
É verdade que temos pela frente um duro percurso.
Mas também é verdade que, se assim o quisermos, conseguiremos retomar a nossa economia, retomando a nossa auto-estima enquanto portugueses.
Lourdes Menor
PS Lisboa