terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lisboa e a Conferência de Copenhaga para as Alterações Climáticas

A COP15 - Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas a decorrer em Copenhaga reveste-se de grande importância para o nosso futuro colectivo.
As cidades são grandes consumidoras de energia. Lisboa representa 7% do consumo nacional de energia, sendo que cada lisboeta consome 3,1 tep (tonelada equivalente de petróleo), quando a média nacional é de 2,5 per capita.
Em matéria de ambiente é fundamental pensar globalmente, mas agir localmente, através da concretização da Estratégia Energético-Ambiental, produzida pela Agência Municipal de Energia e Ambiente, Lisboa E-Nova, que pode conhecer aqui.
Estão já em concretização em Lisboa, medidas que são um contributo positivo para dar localmente um apoio aos objectivos prosseguidos pela Conferência de Copenhaga. Refiro, concretamente, a valorização da eficiência energética para efeitos de redução de IMI; a instalação de sensores de luminosidade na iluminação pública; o aumento das faixas BUS, bem como a implementação da bicicleta na Cidade; o início em 2009 de lavagem de ruas com águas provenientes das ETARs de Lisboa, estando em curso, a colocação da 1.ª rede de canalização para água reciclada a partir das obras da ETAR de Alcântara; a aprovação pela Câmara e pela Assembleia Municipal das medidas preventivas do Plano Verde que permite dotar a Cidade de um mecanismo de amenização climática, essencial para assegurar o funcionamento do sistema hídrico e a sua drenagem para a atmosfera.
Existem em Lisboa competências científicas e técnicas e crescente sensibilidade dos cidadãos, que nos permitem sermos parte na solução
Informar os cidadãos dos objectivos e das medidas já tomadas ou em vias de serem concretizadas é fundamental para continuar a fazer avançar a consciência cívica nesta matéria.
Todos somos chamados a contribuir para reduzir o consumo descontrolado de combustíveis fósseis e melhorar, simultaneamente, a qualidade de vida dos cidadãos.
Devemos considerar como boas práticas as iniciativas públicas e particulares que têm sido tomadas em diferentes áreas desde a redução do desperdício de papel ou que promovem a eficiência energética dos edifícios, incluindo com a microprodução de energia solar; ou o aumento da Rede do Metropolitano, que se traduz numa maior competitividade do transporte público.
Lisboa, como grande capital europeia, tem de estar vitalmente implicada neste debate e adoptou uma estratégia energético-ambiental, que é um contributo para os objectivos prosseguidos pela Cimeira da Copenhaga.
O futuro da Conferência de Copenhaga não depende apenas dos acordos os dos Estados, depende das políticas das cidades, como Lisboa, e da determinação dos seus cidadãos em que sejam prosseguidas com coerência as estratégias energético-ambientais já definidas.

José Leitão

Via Inclusão e Cidadania